Em uma noite que prometia ser inesquecível, Curitiba recebeu o histórico show do Barão Vermelho 40 anos, e a Fernanda Goularte marcou presença, cobrindo este show tão esperado pelos curitibanos que lotaram o Teatro Positivo.
Marcando o grand finale da turnê comemorativa de 42 anos da banda, bem frisado pelos artistas, o evento único aconteceu no dia 13 de abril, sábado, no Teatro Positivo, oferecendo aos fãs a oportunidade de reviver os maiores sucessos de uma das bandas mais icônicas do rock nacional. No set list que foi embalado pelas músicas:
Setlist do show:
Ponto Fraco
Porque a Gente
Beth Balanço
Tente Outra Vez
Pedra, Flor e Espinao
O Tempo Não Para
Meus Bons Amigos
Eu Queria Ter uma Bomba
Fogo de Palha
O Poeta Este Vivo
Amor Meu Grande Amor
Down em Mim
Eu Gosto de Ve (cigarras)
Horizontal (cigarras)
Por Você
Codinome
Não Amo Ninguem
Malandragem
Quando o Sol
Exagerado
Puro Extase
Maior Abandonado
Bis:
Pense e Dance
Amor Pra Recomeçar
Pro Dia Nascer
O Barão Vermelho, conhecido por seus riffs de guitarra inesquecíveis e canções que se tornaram sucessos de várias gerações, trouxe para Curitiba uma energia contagiante e uma emoção que só quatro décadas de estrada podem oferecer. Com os ingressos esgotados rapidamente pela Disk Ingressos, a casa estava completamente lotada, pronta para cantar em uníssono clássicos famosos como “Por Você”, “Pro dia Nascer Feliz”, “Puro Êxtase” e “Bete Balanço”.
A atual formação da banda reflete tanto a tradição quanto a renovação, com Rodrigo Suricato (finalista do SuperStar) e Fernando Magalhães trazendo novas influências à mistura, enquanto Guto Goffi e Maurício Barros, membros fundadores, mantêm viva a essência do Barão. Juntos, eles criaram uma experiência ao vivo que foi ao mesmo tempo uma retrospectiva de sua gloriosa trajetória e uma celebração do agora.
Suricato e Fernandão demonstraram uma grande parceria no palco, cada um com suas técnicas, arrancando suspiros e sorrisos do público em vários momentos notáveis. Eles também deixaram livre o palco em alguns momentos para que os artistas fundadores mostrassem de porque ainda estão ali, como por exemplo o quando Mauricio Barros deixa os teclados e assume os vocais da icônica “Malandragem dá um tempo”.
Um dos diferenciais deste show, foi a presença das “Cigarras, trazendo ao palco dois sons autorais, com o intuito de fortalecer a cena de rock curitbana. O Barão está com um projeto intitulado “Barão e Você”, que é um setlist no spotify onde estão compartilhadas mais de 30 horas de músicas autorais, para que esses artistas tenham notoriedade na cena nacional. Assim como o Suricato surgiu em uma oportunidade de televisão, ele quer compartilhar essa oportunidade e fortalecer a cena.
Este show do Barão Vermelho em Curitiba não foi apenas algo imperdível; foi uma reunião de amigos, fãs e estrelas do rock nacional, compartilhando a alegria e a paixão que só a música pode proporcionar. Foi uma chance para ver de perto a banda que definiu uma era e continua a inspirar novas gerações de roqueiros. Os presentes certamente levarão consigo memórias indeléveis desta noite memorável.
Com toda essa cena, não poderia ter faltado uma homenagem linda ao Cazuza, onde o palco foi iluminado pelo público na canção “Codinome Beija-Flor˜, emocionando a todos. Ao final do show, terminaram chamando o público pra perto do palco, dispensando os lugares marcados para, entoar em uma só voz o sucesso “Pro dia nascer feliz”, garantindo assim que a noite terminasse feliz.
COLETIVA DE IMPRENSA
Na sexta-feira (12), um dia antes do show em Curitiba, o Partiu Rolê também esteve presente, representado pela redatora Amanda Misturini e a fotógrafa Andressa Placeres, na coletiva de imprensa realizada pela Dumas Produções, as quais perguntaram sobre assuntos amplos e também bem objetivos em relação à banda e sua carreira. Confira abaixo o bate-papo:
Amanda Misturini: Boa noite, eu sou a Amanda do Partiu Rolê CWB. Nesses 40 anos de banda, tiveram várias formações e a gente acompanha isso há muito tempo. Eu gostaria de perguntar o quanto Cazuza, Frejat e Suricato se completam hoje, depois desses 40 anos, e também para até futuras composições, um álbum novo, um projeto novo… O quanto vocês três se completam?
Maurício Barros: A gente perdeu um grande compositor como o Frejat, né?! Claro, o Cazuza também quando saiu, mas o Suri também compõe, então essa lacuna também foi preenchida de alguma forma, né? Eu digo assim, no planejamento. E ele também traz um frescor para a banda, a gente tinha um jeito já de fazer e, de repente, ele “olha para cá também” e a gente começou a olhar para cá também. Isso é legal e somou para a banda […] é uma coisa que a gente tem que deixar cada vez mais claro essa pluralidade, inclusive já com a participação dele também. Então, acho que o Barão de hoje em dia, na minha opinião, a fase Suricato, o mais legal é que qualquer um pode estar no volante, uma hora pode ser eu, outra hora pode ser o Guto…
Rodrigo Suricato: Acho que não existe o personagem principal hoje do Barão. […] Eu acho que é como se a estrela da banda realmente fosse a união dos quatro, entendeu? Acho que pela primeira vez da história do Barão Vermelho eu vejo isso acontecer. […] Sobre as características que você falou, eu não sei exatamente como complemento, mas vejo similaridades; eu sou um pouco mais bagunçado como Cazuza, um pouco mais caótico, mais informal nesse sentido. O Frejat tem uma certa formalidade, mas eu me inspirei muito na maneira dele tocar […] quando eu estou no show, aquelas músicas todas são minhas. Eu não estou pensando se o Cazuza fez, eu preciso acreditar que aquilo ali é meu como um ator precisa acreditar que supostamente ele está interpretando um assassino, sabe? A Maria Bethânia não compõe canções e olha a veracidade que ela consegue imprimir no texto e no repertório gravado ali; Cássia Eller também não, então, o intérprete precisa realmente crer que aquilo ali é a bandeira dele. Por mais que eu discorde de algumas canções, de coisas que não têm muito a ver comigo, não importa. Se eu estou no Barão Vermelho, o samba-enredo é meu também.
Andressa Placeres: Boa noite, gente. Meu nome é Andressa, também estou muito feliz em estar aqui, sou muito fã, minha mãe é muito fã. E falando sobre as famílias, eu cresci ouvindo Barão e eu tenho uma curiosidade: o que vocês falariam para aqueles meninos de 40 anos atrás, inclusive você também (referindo-se a Rodrigo Suricato), que deve ter crescido ouvindo Barão?
Fernando Magalhães: “Eu sempre fui muito envolvido com bandas novas, já tive selo, mas hoje em dia fico muito impressionado, ainda mais lá no Rio, que não é só no rock, não. Vejo uma garotada que tá vindo assim tocando jazz e bossa nova. Fui em uns clubes de jazz lá no Rio e fiquei muito impressionado porque vi uns garotos muito novos tocando muito, e sabe… o mundo não está perdido. […] Eu diria para ele “faça as mesmas coisas que você fez, não se arrependa de nada, só preste mais atenção e tome um pouco mais de cuidado com as pessoas”. Mas é normal a gente ser novo e ser um pouco mais impetuoso, mas acho que é isso. “Faça tudo de novo”.
E para finalizar a coletiva, a última pergunta feita pela Amanda:
Amanda Misturini: No início, vocês viram o show do Queen e se inspiraram para começar tudo o que vocês são hoje. O quanto da influência do Queen existe nas músicas de vocês? E vocês acham que isso se perpetuará ou se realmente foi somente um show que viram e quiseram montar uma banda?
Guto Goffi: Era uma banda que a gente gostava na época, a gente adorava o Queen, fomos a São Paulo ver e na volta – Maurício lembra bem disso – tivemos a intenção de fazer uma banda com um vocalista gay também, como o Freddy Mercury, de certa forma o Freddy Mercury brasileiro, né?! Então acabou dando certo.
Rodrigo Suricato: Ah, então a vontade de ter um vocalista foi por conta disso?! Entendi.
Maurício Barros: Mas o interessante… veja bem as camadas: o Queen, sim, teve essa inspiração. Tem uma outra banda que a gente não fala muito, mas que a gente curtia muito rock progressivo que é o Genesis […] eles perderam o cantor Peter Gabriel e bombou o quádruplo depois quando o segundo cantor, que era baterista – o Phil Collins – que virou o que virou. Então, o interessante é que a gente também tem essa referência. A gente já tinha visto o Genenis quando éramos garotos, no primeiro disco com o Phil Collins, e pensamos “isso aí dá pra fazer”. Então, quer dizer, isso tudo já estava em nosso DNA de alguma forma, o Genesis também, não só na sonoridade e tudo.
A coletiva de imprensa realizada pela Dumas Produções um dia antes do aguardado show do Barão Vermelho em Curitiba foi um momento revelador, onde questões pertinentes sobre a banda e sua carreira foram abordadas de forma objetiva e profunda. Representando o Partiu Rolê CWB, Amanda Misturini e Andressa Placeres conduziram um diálogo que trouxe à tona aspectos essenciais da trajetória do grupo.
Assim, a coletiva de imprensa não apenas proporcionou insights valiosos sobre o Barão Vermelho, mas também destacou a importância de explorar as influências e a evolução contínua que definem a identidade de uma banda ao longo do tempo.
Por Amanda Misturino, Andressa Placeres e Fernanda Goularte / Partiu Rolê Cwb.
Fotos show por Fernanda Goularte / Partiu Rolê Cwb.