Manowar, ícone absoluto do heavy metal formada no início dos anos 80, retornou finalmente a Curitiba. A banda construiu uma carreira marcada por hinos que exaltam o metal e com uma relação única com seus fãs. A primeira passagem dos reis do metal por Curitiba aconteceu entre 1996 e 1997, com um show histórico que reuniu uma multidão. Agora, após quase três décadas de espera, a banda retornou à capital paranaense para um show que vai ficar na memória de todos os Curitibanos.
Apesar da importância do Manowar para o cenário do metal mundial e de ter influenciado diversas bandas do gênero, o show marcado para o dia 20/11 em pleno feriado da Consciência Negra não teve uma boa recepção na venda de ingressos, fazendo com que até mesmo a parte de baixo do Mezanino da live ficasse fechada, e sendo liberado apenas a parte da pista da casa.
Atrasos e cortes no Setlist
Mesmo com a pouca procura nos ingressos, diversos Manowarriors se reuniram para prestigiar e lotar a parte da pista da Live Curitiba para presenciar uma das melhores bandas que existem atualmente. Sendo liderado por Joey DeMaio no baixo e Eric Adams nos vocais, a banda continua entregando uma performance impecável, mesmo com os integrantes já com mais de 70 anos, sua presença de palco é de dar inveja até mesmo aos músicos mais recentes da cena do metal.
Marcado para começar as 21:00, o show infelizmente acabou atrasando, fazendo com que vários fãs ficassem gritando “Manowar Manowar” impacientemente sem parar com pouca paciência. Porém, pegando todos de surpresa no meio do burburinho, um pouco depois das 21:40 foi dado início a March of the Heroes Into Valhalla que serviu de introdução para a épica Manowar, música do álbum Battle Hymns de 1982.
Após a primeira música, os fãs que procuraram ver o setlist antes do show já perceberam algo diferente, a banda acabou mudando o setlist e ao invés de tocarem The Dawn of Battle, optaram por ir direto a Warriors of the World United e em seguida Brothers of Metal Pt. 1. , encurtando o set já no início comparado com o último show da banda em El Salvador.
Apesar dos cortes no setlist já no início, Manowar provou o porquê ainda é considerado os reis do Metal, trazendo um palco impecável e uma performance pra lá de energética com sua famosa assinatura: tocando extremamente alto. Aqui a banda não economizou nenhum pouco, parecia que após cada música, o som ficava mais alto. Um dos pontos que mais chamou atenção na noite, foi que Joey teve um problema em seu baixo, fazendo com que o mesmo retornasse para trás do palco, deixando até mesmo Eric constrangido e o mesmo falando que esse tipo de coisa em show é normal.
E falando em Eric Adams, mais uma vez ele provou o porquê é tão venerado por seus fãs. Mesmo com 72 anos, ainda mantém uma voz extremamente potente e com um alcance vocal invejável para qualquer vocalista de heavy metal, entregando cada nota com precisão e emoção. Sua presença de palco, carisma e conexão com o público reafirmam o motivo de ser uma das figuras mais icônicas do metal, emocionando tanto os fãs mais antigos quanto os novos.
Noite com Clássicos e final inesperado
Mesmo com a mudança no setlist e alguns problemas, não faltaram clássicos como a fantástica Blood of My Enemies, Fighting the World, King of Kings, Sign of the Hammer e Hail and Kill. Apesar de tocar clássicos da banda o final do show acabou acontecendo de forma extremamente inesperada e anticlimática, onde ao finalizar Hail and Kill, Eric agradeceu a presença de todos e foi dado início da instrumental Army of the Dead, Part II música instrumental que a banda está utilizando para encerrar os shows
Esse final foi tão inesperado, que praticamente todos os fãs não acreditaram e ficaram mais alguns minutos após a finalização do show aguardando um retorno surpresa da banda para tocar um Bis e presenciar o famoso discurso de Joey, que em shows passados em outras cidades interagiu com o público falando quase 100% em português.
Mesmo com as luzes da casa acesas, a ficha realmente caiu quando a produção começou a desmontar o palco, e alguns fãs acabaram fazendo até mesmo algumas vaias para o palco e pedindo mais músicas, principalmente a mais pedida da noite Battle Hymn, música que, estava fora do setlist programado.
Uma noite inesquecível, mas com um gosto agridoce
O retorno do Manowar a Curitiba trouxe momentos grandiosos que provaram por que a banda continua sendo um ícone absoluto do heavy metal. Contudo, os cortes no setlist e o encerramento inesperado deixaram no ar uma sensação de que a noite poderia ter sido ainda mais memorável. Mesmo assim, os fãs que compareceram à Live Curitiba vivenciaram uma apresentação para lá de épica, repleta de clássicos. Certamente, será uma noite que permanecerá na memória dos Manowarriors curitibanos, com a esperança de que, em uma próxima oportunidade, os reis do metal retornem a capital e entreguem um espetáculo ainda mais completo..
Setlist:
- March of the Heroes Into Valhalla
Manowar
Warriors of the World United
Brothers of Metal Pt. 1
Blood of My Enemies
Immortal
Call to Arms
Mountains
Fight Until We Die
Fighting the World
Kings of Metal
King of Kings
Kill With Power
Sign of the Hammer
Hail and Kill
- Army of the Dead, Part II