Na noite de 27 de março de 2025, o Tork n’ Roll, em Curitiba, recebeu um dos shows mais aguardados pelos fãs de metal extremo. A estreia do Slaughter to Prevail no Brasil superou todas as expectativas, entregando uma apresentação intensa e marcante.
A noite no Tork começou sendo incendiada pela Humanal, banda curitibana que vem esculpindo seu nome no underground com um groove/progressive metal poderoso. Logo em sua estreia na casa, o grupo não apenas superou as expectativas, mas entregaram um show potente, performático e visceral.
A frontwoman Tati Klingel comandou a plateia com uma presença única, carisma e técnica impecável que hipnotizou o público durante todo o show. Apesar do set enxuto, a curadoria do repertório foi impecável: cada música funcionou como um soco no estômago, preparando o terreno para o que viria a seguir – e, convenhamos, o ápice foi inesquecível.
Quando a dançarina Ross Mirabal surgiu para performar “Echoes of Ether”, a casa veio abaixo. Profissional da dança Tribal Dark/Metal Fusion, Ross transformou a música quase que em um ritual: as expressões, a coreografia e a vibe cinematográfica – já interpretada no clipe de 2024 – renderam até comentários em um vídeo do show: “Quem disse que não dá para dançar metal? Essa moça provou o contrário”. E de fato, a sinergia entre os músicos e a performer foi “absolute cinema”.
Formada em 2020 em Curitiba (PR) por Mauricio Escher (baixo), André Lazzaretti (guitarra) e André Florão (bateria), a Humanal combina influências do metal extremo e progressivo com letras que abordam resistência e reflexões sociais. Os recentes singles “Echoes of Ether” e “Vanity”, já disponíveis em todas as plataformas digitais e no YouTube, estarão presentes no álbum “Delirium” a ser lançado em breve, consolidando ainda mais a banda com um forte potencial de crescimento e reconhecimento no cenário do metal brasileiro.
Quando o Slaughter to Prevail subiu ao palco, a recepção do público foi imediata. A banda, formada por Alex “Terrible” (vocais), Jack Simmons e Dmitry “Dima” Mamedov (guitarras), Mikhail “Mike” Petrov (baixo) e Evgeny Novikov (bateria), mostrou por que é um dos grandes nomes do deathcore atual.
O destaque da noite foi, sem dúvida, Alex “Terrible”. Com sua impressionante capacidade vocal, alternando entre guturais e screams agressivos, ele dominou o palco do início ao fim. A conexão entre banda e público foi intensa, com os fãs participando ativamente e respondendo com muita energia.
O setlist trouxe uma mistura equilibrada entre músicas do recém-lançado EP “Behelit” e faixas dos álbuns anteriores. Clássicos como “Baba Yaga”, “Demolisher” e “Bonebreaker” fizeram a plateia vibrar, enquanto a precisão instrumental da banda garantiu uma performance impecável.
No fim das contas, a estreia do Slaughter to Prevail em solo brasileiro não foi apenas um show, mas uma noite memorável para a cena metal de Curitiba. Com um som impecável, uma presença de palco avassaladora e uma execução técnica de alto nível, a banda entregou um show intenso e envolvente. O público respondeu à altura, criando uma energia única que reafirmou a força da cena metal em Curitiba e consolidou o Tork n’ Roll como um dos principais palcos do estilo na cidade. Uma noite memorável para os fãs e um momento que, sem dúvida, ficará marcado na história do metal extremo por aqui. Um show para ficar na história!
Texto por Jayson Bauer e Amanda Misturini
