Com mais de 30 anos de carreira, Blind Guardian é considerado uma das maiores e mais influentes bandas do Power Metal, o famoso “Metal Espadinha” por causa das suas letras inspiradas em obras de ficção como Senhor dos Anéis, Crônicas de Nárnia, As Crônicas de Gelo e Fogo e Dungeons and Dragons. Devido a temática de contar uma história em cada álbum e música, acabou levando os fãs a se referirem carinhosamente a banda como “Os Bardos“. Atualmente a banda é composta por Hansi Kürsch liderando a banda nos vocais, André Olbrich e Marcus Siepen nas guitarras, Johan van Stratum no baixo, Frederik Ehmke na bateria e Kenneth Berger no teclado.
Após 8 anos desde a sua última apresentação em Curitiba, os bardos retornaram à capital Paranaense nesta última terça 21/11, lotando a Ópera de Arame com um show de um pouco mais de 2 horas e cumprindo a promessa que fizeram em abril deste ano durante o Summer Breeze Open Air em São Paulo.
A magia dos bardos
Lotando o Ópera de Arame com todos os ingressos vendidos, o show começou pontualmente às 21:30 com um dos vários clássicos da banda, “Imaginations from the Other Side”, música que fala sobre a imaginação, citando O Mágico de Oz, Peter Pan, Alice no País das Maravilhas e As Crônicas de Nárnia.
Já após a primeira música houve uma pequena pausa onde o vocalista Hansi agradeceu por finalmente ter retornado a amada Curitiba e também que sentia muita falta da cidade, pois todos os shows na cidade foram únicos. Após o agradecimento, foi a vez de uma música do álbum novo, intitulada de “Blood of The Elves”, música que é inspirada na série de livros do autor Andrzej Sapkowski, que ficou popularmente conhecido como “The Witcher”.
Após performar a primeira música do novo álbum, Hansi brincou com a plateia informando que eles mudaram o setlist do show, principalmente a ordem das músicas, pois hoje em dia é muito “fácil” receber spoilers e ver como será o show através da internet e assim iniciando outros dois clássicos da banda, “Nightfall” que fala sobre a queda das árvores de Valinor, inspirado no livro “O Silmarillion” de J. R. R. Tolkien e “The Script for My Requiem” que conta a história de um cavaleiro cruzado na era medieval.
Depois de surpreender boa parte do público por conta da mudança do setlist, voltou o momento de música do álbum novo, dessa vez com “Violent Shadows”, música que fala sobre enfrentar o medo, à injustiça e à opressão. Continuando com clássicos da banda, chegou a vez de “Skalds and Shadows”, música sobre um bardo viking que canta sobre a mitologia nórdica e “Blood Tears”, também inspirada em o Silmarillion de J. R. R. Tolkien que fala sobre o sofrimento de Maedhros enquanto aprisionado por Morgoth.
Retornando as músicas do novo álbum, afinal essa turnê é justamente para promover ele, foi a vez de “Secrets of the American Gods” música que fala sobre toda manipulação da religião em nossa sociedade ao longo dos anos.
Após 8 e longas músicas, chegou um dos momentos mais marcantes de todo show do Guardian o momento da famosa “The Bard’s Song – In the Forest”, essa é uma das músicas onde Hansi passa os vocais para o público cantar e Curitiba não fez feio e um coro completo cantou uma das músicas mais famosas da banda, que é inspirada pelo jogo “The Bard’s Tale”, onde o protagonista é acompanhado por um bardo responsável de contar suas grandes aventuras.
Após o coro majestoso, Hansi agradeceu imensamente ao público e reforçando que Curitiba sempre é e sempre será um dos melhores lugares que eles já tocaram e com isso deu a deixa para “Majesty”, música do primeiro álbum da banda que foi lançado em 1988,música que conta a história de um guerreiro que tem a tarefa de restaurar a ordem e derrotar a escuridão, fortemente inspirada em “O Senhor dos Anéis” de J.R.R. Tolkien.
Terminando Majesty, aconteceu uma pequena pausa, onde Hansi fala que o show já está chegando no final pegando todos de surpresa pois quem conhece a banda sabe que ainda falta alguns clássicos,, e com isso vem a próxima música, “Traveler in Time” que é fortemente inspirada na obra de ficção “Dune”, de Frank Herbert. A música menciona vários elementos do universo de Dune, como o planeta desértico, a guerra santa, os Fremen, os Sardaukar e o sol da manhã.
Conexão com fãs
Após “Traveler in Time” houve uma pequena pausa, porém os fãs não pararam. Durante todas as músicas ecoava o coro “olê olê olê, Guardian Guardian” e não foi diferente durante a pausa. Com os fãs eufóricos e muitos se perguntando se o show realmente tinha acabado, depois de alguns minutos as luzes se apagaram mais uma vez e começou a introdução de “Sacred Worlds”, que foi escrita para o jogo Sacred 2: Fallen Angel. A música fala sobre o protagonista do jogo, que tem que escolher entre tentar curar a terra ou aumentar o caos.
Finalizando Sacred, Hansi voltou interagir com o público, falando que a próxima música provavelmente todos ali conheciam e que a banda contava muito com a ajuda de todos, assim anunciando a épica “Lord of the Rings”, música que fala sobre trilogia escrita por J.R.R. Tolkien. Ainda seguindo a temática das obras de Tolkien a próxima música foi “Time Stands Still (At the Iron Hill)”, outra música baseada no livro Silmarillion, que fala sobre a épica batalha entre Fingolfin, o rei dos Noldor, e Morgoth, o senhor das trevas.
Terminando a épica história do rei dos Noldor, foi dado a deixa para “Valhalla”, música do segundo album da banda chamado Follow The Blind, que é inspirada na mitologia nórdica, e fala sobre um mago que lamenta a perda da cultura e da religião de seu povo. Vale ressaltar que essa já era a 15ª música da noite e os fãs ainda estavam eufóricos, principalmente no famoso refrão de Valhalla, onde Hansi simplesmente deixa o microfone de lado para o público cantar.
Depois de encerrar Valhalla com um coro emocionante da plateia, chegou a reta final, as duas últimas músicas. Para finalizar com chave de ouro, os bardos tocaram “Welcome to Dying” e “Mirror Mirror”, ambos clássicos da banda. Welcome to Dying é baseada na história de Peter Straub “Floating Dragon” já a Mirror Mirror é mais uma das várias músicas da banda inspirada nas obras de J.R.R Tolkien, desta vez falando sobre as terras de Gondolin.
Blind Guardian emocionou os diversos fãs presentes, fazendo um espetáculo incrível, principalmente por sua conexão com os fãs e seus contos épicos, justificando assim o extenso intervalo de 8 anos.
Confira o Setlist do show:
- Imaginations From the Other Side
- Blood of the Elves
- Nightfall
- The Script for My Requiem
- Violent Shadows
- Skalds and Shadows
- Blood Tears
- Secrets of the American Gods
- The Bard’s Song – In the Forest
- Majesty
- Traveler in Time
- Sacred Worlds
- Lord of the Rings
- Time Stands Still (At the Iron Hill)
- Valhalla
- Welcome to Dying
- Mirror Mirror
Por Eugênio Domingos/Partiu Rolê Cwb
Fotos Eugênio Domingos/Partiu Rolê Cwb