Desde sua formação em 2002, na Holanda, o Epica se consolidou como um dos maiores nomes do symphonic metal mundial. Sob a liderança da carismática vocalista Simone Simons e do guitarrista e principal compositor Mark Jansen, a banda se destacou por unir a grandiosidade orquestral a riffs pesados, coros e letras que abordam temas existenciais, filosóficos e sociais.
Com uma discografia sólida, marcada por clássicos como The Phantom Agony, Consign to Oblivion e o aclamado Design Your Universe, o grupo ajudou a elevar o gênero a um patamar global, levando o metal sinfônico para grandes palcos e festivais ao redor do mundo. Após um show digno de headliner no Summer Breeze 2024 (agora Bangers Open Air), diversos rumores indicavam que a banda voltaria em breve devido à ótima recepção do público — e felizmente, os rumores se confirmaram.
Anunciada ainda no final de 2024, a turnê prometia músicas do seu álbum mais recente, sucessor de Omega. Dessa vez, a banda não veio sozinha, trazendo como banda de apoio os italianos do Fleshgod Apocalypse, veteranos no gênero.
Casa cheia e a voz incrível de Veronica
Abrindo a noite, os italianos do Fleshgod Apocalypse mostraram por que são considerados um dos nomes mais marcantes do death metal sinfônico contemporâneo. Desde sua formação em 2007, a banda vem se destacando por unir a brutalidade e a técnica do death metal a arranjos orquestrais grandiosos, criando um som único que mistura peso, dramaticidade e sofisticação.

Álbuns como King e Veleno consolidaram essa identidade, explorando temas filosóficos, históricos e mitológicos em meio a passagens de puro impacto sonoro. Em sua atual turnê, o grupo apresenta o recém-lançado Opera, trabalho inspirado na experiência de quase morte do vocalista Francesco Paoli e produzido por Jacob Hansen, indicado ao Grammy.
Apesar da agressividade e precisão técnica da bateria de Eugene Ryabchenko, o maior destaque ficou para Veronica Bordacchini, que entrou na banda em 2010 e se tornou peça fundamental na sonoridade do grupo. Sua voz lírica contrasta com os vocais guturais de Francesco Paoli e os riffs pesados, trazendo o elemento operístico que é marca registrada do death metal sinfônico.

Iniciando com Ode to Art (de’ Sepolcri) e I Can Never Die, do álbum Opera, Fleshgod provou o motivo de ter sido escolhido como banda de abertura da turnê do Epica. Momentos memoráveis da noite incluíram Francesco ao piano e Veronica cantando com a bandeira da Itália, país de origem da banda.
Mesmo com um setlist relativamente curto, não faltaram clássicos, como The Fool, No e o famoso cover de Blue (Da Ba Dee), do grupo de eurodance Eiffel 65. O show conquistou novos fãs, que correram para o merchandise ao final da apresentação para garantir lembranças do show.
Fleshgod Apocalypse – Setlist
- Ode to Art (de’ Sepolcri)
- I Can Never Die
- Minotaur (The Wrath of Poseidon)
- The Fool
- Pendulum
- Sugar
- Morphine Waltz
- No
- Bloodclock
- Epilogue
- The Violation
- Blue (Da Ba Dee) (Eiffel 65 cover)
O ícone do Metal Sinfônico
Poucos momentos após a performance impressionante do Fleshgod, pontualmente às 21h, começou a atração principal da noite: o Epica, abrindo com a primeira música do álbum mais recente, Cross The Divide, que teve ótima recepção do público e alcançou destaque nos streams online.
Simone, como sempre, chamou atenção com um figurino espetacular: vestido prata com detalhes em pedrarias e brilho, típico para apresentações de palco. Apesar de os demais integrantes estarem com roupas pretas mais discretas, a produção de luzes e painéis de LED fez todos se destacarem, realçando o som e a atmosfera do Opera de Arame, local que brilha tanto pelo som quanto pelo clima único do show.

Um momento emocionante foi protagonizado pelo fã Bruno Paiva, que veio do Ceará e preparou mimos e cartas para cada integrante da banda. Apesar do Meet & Greet ter sido cancelado devido à agenda da turnê, Bruno conseguiu chegar à primeira fila e interagir com Simone, que entregou o microfone, proporcionando um dos momentos mais marcantes da noite.
Outro destaque foi durante Cry for the Moon, quando o tecladista Coen Janssen percorreu o público com seu teclado sem fio, gerando entusiasmo e interação com os fãs. Apesar de o setlist conter apenas 14 músicas, a banda entregou um show de alta qualidade, equilibrando novos hits e clássicos, deixando os fãs ansiosos para próximos shows e futuras apresentações em Curitiba.

Um domingo a noite com Epica e Fleshgod Apocalypse provou mais uma vez a força do metal sinfônico, onde Fleshgod mostrou técnica e brutalidade, enquanto Epica reafirmou seu status de referência no gênero, equilibrando novos hits e clássicos. Com um lindo momento de interação com os fãs, como a aproximação de Bruno Paiva com Simone, tornaram a experiência ainda mais especial.
Epica – Setlist
- Cross the Divide
- Unleashed
- Sensorium
- Apparition
- The Last Crusade
- The Obsessive Devotion
- Fight to Survive
- Arcana
- Unchain Utopia
- Aspiral
- Design Your Universe
- Cry for the Moon
- Beyond the Matrix
- Consign to Oblivion