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O Lobby do Plástico e seu Impacto nos Oceanos Brasileiros

O Lobby do Plástico e seu Impacto nos Oceanos Brasileiros

O Impacto Silencioso do Plástico nos Oceanos Brasileiros

A cada ano, os oceanos que banham o Brasil são invadidos por uma quantidade alarmante de lixo plástico, ultrapassando a marca de 1 milhão de toneladas – representando surpreendentes 8% de todo o plástico despejado nos mares ao redor do mundo. Estudos científicos revelaram um dado preocupante: a presença de microplásticos já foi detectada até mesmo no leite materno, evidenciando a profundidade do problema que afeta não apenas o meio ambiente, mas também a saúde humana.

Lobby do Plástico: Barreiras Invisíveis à Legislação

No coração do poder político em Brasília, um poderoso e discreto lobby tem se consolidado como um dos principais obstáculos à implementação de políticas eficazes contra a poluição plástica. Essa resistência organizada é considerada pela ONU como a segunda ameaça mais séria ao meio ambiente, ficando atrás apenas da crise climática global. A Repórter Brasil investigou profundamente esse lobby, revelando as manobras da indústria para impedir regulamentações que limitariam a produção de itens plásticos de uso único, como são os casos de sacolas, canudos e copos.

Em meio a esse cenário, figuras influentes tanto no Congresso quanto no governo federal têm sido mais receptivas aos interesses econômicos das empresas do que aos alertas dos ambientalistas bem-informados. Conforme declarou Michel Santos, da WWF-Brasil, ao chamar atenção para o desequilíbrio na influência política: “A escuta ao setor produtivo é válida e necessária, mas preocupa quando a balança pende demasiadamente para o lado da indústria”.

Figuras Proeminentes no Cenário Legislativo

No Congresso, a resistência a mudanças ambientais é liderada por políticos influentes, especialmente um grupo da Bahia. Os senadores Otto Alencar do PSD e Jaques Wagner do PT são defensores declarados do Polo Petroquímico de Camaçari, um dos principais produzidos de plástico do Brasil, demonstrando sua inclinação pela manutenção do status quo. Por outro lado, Vanderlan Cardoso, senador licenciado de Goiás e proprietário de uma fábrica de salgadinhos, também desempenha um papel vital nesse cenário. Durante sua campanha para prefeito de Goiânia, obteve doações significativas, no valor de R$ 90 mil, de empresários relacionados ao setor de embalagens, evidenciando os laços estreitos entre política e negócios.

Protagonismo do Executivo no Debate do Plástico

No Executivo, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, sob a liderança do vice-presidente Geraldo Alckmin, se destaca como principal interlocutor da indústria plástica. Dentro desse contexto, o secretário adjunto Lucas Ramalho Maciel e Washington Bonini são vozes essenciais nas mesas de negociação. Maciel, alinhado com o discurso do setor, participa ativamente dos encontros relacionados à política do plástico. Em um episódio marcante de novembro de 2024, Bonini foi decisivo ao retirar a proposta brasileira durante discussões sobre um tratado global da ONU que visava controlar a poluição causada por plásticos.

O Peso das Relações e as Estratégias Industriais

André Passos Cordeiro, presidente da Abiquim, destaca-se como o maior porta-voz da indústria química brasileira. Sua trajetória, que inclui laços históricos com o Partido dos Trabalhadores, especialmente no Rio Grande do Sul, e experiência em governos municipais, estaduais e federais, o coloca em uma posição de destaque nas discussões sobre regulação do plástico. Cordeiro acredita que o cenário atual favorece desproporcionalmente a indústria petroquímica, em detrimento de soluções científicas e da sociedade civil.

Para a Abiquim, que opera em parceria com mais de 30 organizações industriais e comerciais, a criação de uma regulação que seja “moderna e baseada na ciência” é essencial. Eles argumentam que a proibição de plásticos de uso único poderia resultar na perda de 500 mil empregos e impactar negativamente a economia em até R$ 70 bilhões por ano. Assim, enfatizam a importância de políticas que promovam a educação ambiental e a economia circular, que inclui reciclar e redesenhar produtos e envolver catadores de recicláveis como parceiros essenciais.

Projetos de Lei Encontram Resistência

O Projeto de Lei 2524, que tem o objetivo de proibir a produção e comercialização de plásticos descartáveis como canudos e copos, permanece inerte na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Otto Alencar, relator do projeto, recebeu doações significativas de grandes empresas de bebidas, como a Coca-Cola, mostrando como as contribuições de campanha podem ter influência substancial sobre a legislação. Em contraste, a Abiquim apoia o PL 1874, que defende uma abordagem da economia circular sem medidas específicas contra o plástico.

O governo federal tem priorizado uma agenda que favorece regulamentações menos rígidas, como demonstrado pelo apoio ao PL 1874, visto como um meio de promover a industrialização verde e sustentável, integrando catadores e produtores locais às cadeias produtivas.

A continuidade desse debate é crítica, tanto para o meio ambiente quanto para os interesses econômicos de diversas indústrias, com implicações que vão além das fronteiras brasileiras.

Créditos das fotos:
Resíduos plásticos praia Leme, Rio Janeiro; Brasil despeja mais milhão toneladas lixo plástico mar por ano (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Fonte: Repórter Brasil

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