O governo de Minas e a Prefeitura Municipal de Capitólio firmaram, no mês de novembro, um convênio que viabilizará obras de prevenção de riscos nos cânions do Lago de Furnas, um dos principais pontos turísticos da cidade mineira, localizada na Serra da Canastra.
A ação visa fortalecer o turismo local e será tomada em decorrência do acidente ocorrido no último mês de janeiro, quando uma das pedras do cânion se desprendeu e atingiu lanchas que passeavam pelo lago, matando 10 pessoas e ferindo 32.
As obras foram definidas a partir de estudos de uma equipe formada por técnicos da Prefeitura de Capitólio e por geólogos da Unesp e da UFG.
As equipes vão estabilizar taludes rochosos nas áreas 3 e 4, localizadas próximas à cachoeira do cânion. Hoje, os locais estão interditados por apresentarem riscos aos visitantes.
As técnicas que serão empregadas na obra já são utilizadas em larga escala no Brasil e têm como objetivo combater o movimento das colunas rochosas locais, por meio do método de rocha grampeada com o faceamento em tela metálica.
A técnica já foi usada com sucesso no talude da Mina de Águas Claras, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
O orçamento total previsto para as obras é de R$ 2.919.929,24, sendo R$ 2 milhões aportados pelo governo estadual e o restante, pouco mais de R$ 900 mil, sendo contrapartida do município mineiro.
Resposta à tragédia
De acordo o secretário estadual de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, as obras acontecem em resposta ao acidente ocorrido em janeiro.
Para ele, é preciso oferecer mais segurança aos visitantes para que estes voltem a fomentar o turismo de Capitólio, grande fonte de renda na cidade.
“As pessoas lá vivem, em sua grande maioria, do turismo, e houve uma ‘quebradeira generalizada’, muita gente perdendo o emprego.”, disse Leônidas.
“O recurso e todas essas ações vêm para dar resposta sobretudo a uma tragédia, ela vem para dar resposta a um novo momento de Capitólio, gerando mais emprego e renda, como um destino seguro.”, explicou o secretário.
Leônidas Oliveira afirmou ainda que, mesmo com laudos apontando que não houve participação humana nas causas do acidente em janeiro, há um monitoramento diário sendo realizado nos cânions.
Prazo de dois anos
De acordo com a Secretaria Estadual de Cultura e Turismo, o processo de licitação das obras deve ser finalizado em até 40 dias e as intervenções possuem prazo de conclusão de dois anos, mas há a expectativa de que elas sejam finalizadas em um ano.
Assinaram o convênio o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira, e o prefeito de Capitólio, Cristiano Geraldo da Silva (Progressista). A cerimônia foi no MM Gerdau – Museu das Minas e do Metal, na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte.
Retomada
Leônidas de Oliveira destacou o crescimento de Minas Gerais no ranking de principais destinos turísticos no Brasil, em pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
O Estado, que chegou a ocupar a primeira colocação do ranking, caiu para o terceiro lugar durante 13 meses, até retomar a segunda colocação, ultrapassando o Ceará e ficando somente atrás de São Paulo.
Para ele, a retomada do turismo em Capitólio tem impacto positivo nesses dados e que, com as obras, esses números tendem a crescer ainda mais.