A Itália lançou no dia 15 de fevereiro, um plano de 20 milhões de euros para incentivar o chamado “turismo de raízes” e que busca reativar o setor ajudando, especialmente, as cidades com menos de 50 mil habitantes.
A ação faz parte do Plano Nacional de Retomada e Resiliência (PNRR), que usa fundos nacionais e da União Europeia, para reaquecer e revitalizar vários setores da economia após a pandemia de Covid-19.
“Focamos no crescimento do turismo em nosso país não olhando só para as grandes cidades, mas também para os pequenos centros. Nós temos uma potencialidade enorme e podemos dobrar ou triplicar as presenças turísticas. Muitos italianos no mundo […] querem descobrir onde viviam seus antepassados. É uma mensagem do espírito italiano, mas também de crescimento turístico.”, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, durante o evento de lançamento em Roma.
Já a ministra do Turismo, Daniela Santanchè, disse que o “‘turismo de raízes’ é um ponto crucial para o turismo italiano porque se destina a uma base de usuários estimada em cerca de 80 milhões de pessoas, e inclui os italianos de segunda e terceira geração que vivem no Exterior.”
“Antes da pandemia, nós chegamos a ter mais de 10 milhões de turistas de raízes. Depois, eles foram diminuindo, mas mesmo assim, foram seis milhões de italianos no exterior que voltaram à nossa nação em 2021. Números importantes por também terem elementos interessantes: o tempo de permanência na Itália é no mínimo de seis dias e os gastos em 2021 chegaram a 4,2 bilhões de euros.”, acrescentou a titular da pasta.
O plano Turismo de Raízes
As iniciativas que serão realizadas com o projeto “Turismo de Raízes” são inspiradas na ecossustentabilidade e na digitalização, focando na valorização de pequenas cidades e das zonas rurais da Itália por meio de dinâmicas de desenvolvimento sustentável.
Elas envolvem ainda a reestruturação e a recuperação de residências e infraestruturas em desuso e favorecem os fornecedores de serviços e produtos locais – enogastronômicos, por exemplo.
São oito pontos principais de desenvolvimento no turismo de raízes, que incluem a formação de operadores turísticos, a digitalização de documentos nos arquivos das cidades para facilitar a busca do histórico familiar, a criação de itinerários especiais e de uma rede de museus com tema da imigração, a elaboração de um “passaporte de raízes”, além de ações de divulgação e ações com universidades.
Conforme o Ministério das Relações Exteriores, os ítalo-descendentes representam um segmento turístico de “enorme potencialidade” e calcula-se que os “oriundi” estão entre 60 milhões e 80 milhões de pessoas no mundo.
Os principais países que receberam os italianos ao longo dos séculos são Brasil, Argentina, Venezuela, Uruguai, Colômbia, Paraguai, Estados Unidos, Chile, Canadá, África do Sul, Alemanha, Suíça, França, Bélgica e Reino Unido. .