Os integrantes do U2 foram entrevistados para uma matéria publicada no The Washington Post, no final de novembro, e uma fala de Larry Mullen Jr. deixou os fãs apreensivos quanto à sua permanência no grupo.
De acordo com a publicação, o baterista disse que não participará da provável turnê que o grupo fará em 2023.
O motivo da sua ausência nos vindouros shows seria uma cirurgia para reparar danos que o impedem de tocar.
O U2 não é tão democrático
O trecho da reportagem em que a revelação sobre Larry Mullen Jr. foi feita acrescenta mais detalhes sobre a relação entre os membros da banda.
“A dinâmica da banda não é a mesma de décadas atrás.”, diz o texto que, na sequência, fala sobre como as decisões dentro do U2 deixaram de ser democráticas e passaram a funcionar por meio de um sistema que se “Tornou mais uma ditadura benevolente”, na visão de Mullen.
As falas de Mullen destacadas pela edição indicam o seu descontentamento com o modus operandi.
“Você só faz isso se estiver se divertindo.”, diz o baterista. “E nem todo mundo vai conseguir porque o preço é muito alto. Então eu acho que o desafio é por mais generosidade. Mais abertura para o processo. Sou autônomo e valorizo minha autonomia. Eu não canto da mesma folha de hinos. Não rezo para a mesma versão de Deus. Então todo mundo tem seus limites. E você só faz isso se estiver se divertindo muito, sabe?”
Jornalista tranquiliza os fãs do U2
A repercussão em grupos de internet, relacionados à banda, fez o jornalista Geoff Edgers vir a público contextualizar as falas publicadas na matéria.
“Não perguntei sobre seus problemas físicos. Ele os ofereceu. Ele disse que havia sido instruído, no passado, a descansar ou fazer o trabalho e tirar uma folga. Em vez disso, ele se esforçou para se apresentar. Ele não quer agora. Ele quer resolver seus problemas. Porque ele quer tocar bateria de novo.”, explica Edgers em uma sequência de posts no Twitter.
Larry Mullen Jr. parece relutante em se afastar da banda, mas dá a entender que chegou em um limite: “Eu realmente sinto falta do público. Sinto falta dessa interação, mesmo estando sentado atrás de uma bateria… Meu corpo não é o que costumava ser fisicamente. Como no ano que vem, não vou me apresentar ao vivo. Eu não sei qual é o plano da banda. Fala-se de todos os tipos de coisas.”
Em outra aspas atrituíbas ao músico de 61 anos e fundador da banda dizem o seguinte: “Tenho muitos pedaços caindo, cotovelos, joelhos, pescoços, e, portanto, durante o Covid, quando não estávamos jogando, tive a chance de dar uma olhada em algumas dessas coisas. Portanto, há algum dano ao longo do caminho.”
O jornalista, entretanto, enfatiza: “Ele nunca disse que estava deixando o U2 ou se aposentando.” e reproduz outra fala do baterista: “Então, gostaria de tirar um tempo, o que farei para me curar. E eu realmente gosto de jogar e gosto do processo de jogar e de estar na companhia de pessoas criativas. Eu gosto disso. Não me importo se é grande ou pequeno. É um pouco como o broto procurando por água.“
U2 já esteve várias vezes perto do fim
A reportagem do The Washington Post também destacou uma fala de Bono que, embora não esteja relacionada à situação do colega, reforça que bandas de rock são relações frágeis e que rompimentos são sempre eminentes.
“Chegamos perto de terminar com muito mais frequência do que você imagina”, diz Bono.
“Geralmente depois dos álbuns realmente bons, porque eles te custam em relacionamentos pessoais porque vocês estão pressionando um ao outro e realmente chegam ao seu limite elástico.”
O retorno do U2 aos palcos e o lançamento de um novo disco em 2023 têm sido especulados há algum tempo.
A banda deve se apresentar na na inauguração do MSG Sphere de Las Vegas, no segundo semestre do ano que vem.