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O Poder do Imposto de Renda na Recuperação de Crianças pelo SUS

A Esperança Renascida: O Impacto do Imposto de Renda na Vida de Crianças Tratadas pelo SUS

A jornada de Raquel Sgarbossa e seu filho Vicente começa em Ponte Serrada, uma cidade localizada em Santa Catarina, e se estende até Curitiba, no Paraná. Esta trajetória ilustra de maneira impactante como a destinação de parte do Imposto de Renda pode ter um papel transformador na recuperação de crianças e adolescentes que necessitam de tratamentos complexos através do Sistema Único de Saúde (SUS). A saga de Vicente começa quando, com apenas quatro meses de idade, ele foi diagnosticado com uma condição séria chamada miocardiopatia dilatada, uma doença que afeta a capacidade do coração de bombear sangue de maneira eficaz, levando ao risco de insuficiência cardíaca.

O Diagnóstico Precoce e a Viagem para Curitiba

Os primeiros sinais de que algo estava errado se manifestaram muito cedo. Segundo Raquel, “Ele chorava muito, vivia irritado e não dormia à noite”, o que inicialmente foi confundido com uma infecção de garganta. No entanto, a falta de melhora motivou Raquel a procurar novos exames, culminando no diagnóstico de miocardiopatia dilatada. Esta condição rara provoca alterações nos ventrículos do coração, tornando a situação de Vicente extremamente grave.

Após este diagnóstico, Vicente foi rapidamente levado à UTI. Raquel recorda: “Se ele não respondesse ao tratamento, precisaríamos de transferência imediata para um centro especializado”. Depois de 47 dias em uma unidade hospitalar em Chapecó, a situação agravou-se, forçando a mudança para o Hospital Pequeno Príncipe, uma instituição de renome nacional em cardiologia pediátrica, situada em Curitiba.

O Caminho para a Recuperação: Transplante e Superação

Em Curitiba, Raquel foi confrontada com a gravidade do estado de Vicente: um transplante de coração era a única solução capaz de salvar seu filho. “Foi devastador. Meu mundo desabou porque eu sabia pouco sobre doações de órgãos”, revela Raquel. Com o apoio de outras mães, da equipe médica multidisciplinar e do Programa Família Participante, que permite que as famílias permaneçam com as crianças o tempo todo, ela encontrou forças emocionais para suportar a dolorosa espera. “Essa espera é tanto dolorosa quanto carregada de esperança”, relembra Raquel.

Em abril de 2024, Vicente chegou ao Hospital Pequeno Príncipe. Em agosto do mesmo ano, a aguardada ligação trouxe uma notícia que mudaria tudo: “Recebemos uma ligação dizendo que havia um coração disponível. As emoções eram um misto de gratidão, alívio e esperança”. O transplante foi realizado com sucesso. Hoje, Vicente é uma criança ativa, que corre e brinca, um verdadeiro milagre da medicina e do amor, evidenciado pela cicatriz que carrega no peito, um símbolo de sua força e resiliência.

A Importância das Doações e o Potencial Ainda Inexplorado

A história de Vicente é uma entre muitas que só se tornam possíveis graças aos recursos que os hospitais filantrópicos, como o Pequeno Príncipe, recebem através da destinação de até 6% do Imposto de Renda devido por pessoas físicas ou jurídicas. Este mecanismo de doação, apesar de simples, ainda é subutilizado no Brasil. Em 2024, o potencial de renúncia fiscal era de impressionantes R$ 14,9 bilhões, contudo, somente 2,5% desta quantia foi destinado às instituições, de acordo com dados da Receita Federal.

Essas doações são cruciais para sustentar instituições que respondem por 75% dos atendimentos realizados pelo SUS, mas que frequentemente enfrentam desafios de subfinanciamento. No caso do Hospital Pequeno Príncipe, que realiza 74% de seus atendimentos via SUS, os fundos ajudam a manter equipes especializadas, programas de apoio psicossocial, infraestrutura tecnológica para tratamentos complexos, além de fomentar a pesquisa científica e a qualificação profissional.

Como Contribuir: Passos para Apoiar Causas Futuras

Aqueles que desejam contribuir devem, primeiramente, realizar a declaração do Imposto de Renda utilizando o modelo completo. É possível calcular até 6% do imposto devido usando o simulador disponível no site Doe Pequeno Príncipe. Após o cálculo, solicita-se o boleto de doação via formulário online ou pelo Whatsapp pelo número (41) 99962-44614. O pagamento deve ser realizado até o dia 26 de dezembro e o comprovante guardado para ser incluído na declaração de imposto.

O site mencionado também oferece orientações detalhadas sobre como proceder na destinação e na declaração dessa doação. Ao optar por essa contribuição, o doador está diretamente apoiando histórias como a de Vicente, viabilizando diagnósticos, tratamentos e novos começos para muitas crianças.

O Hospital Pequeno Príncipe: Compromisso com a Excelência na Pediatria

Localizado em Curitiba, o Hospital Pequeno Príncipe é reconhecido como o maior hospital pediátrico do Brasil, oferecendo serviços de alta complexidade e humanizados para crianças e adolescentes há mais de um século. A instituição abriga 369 leitos, dos quais 76 são de UTI, e executa 74% de seus atendimentos por meio do SUS. Em 2024, o hospital realizou 259 mil atendimentos ambulatoriais, 20 mil procedimentos cirúrgicos e 293 transplantes.

O Hospital é também um centro de ensino desde a década de 1970, formando mais de dois mil especialistas. Parte do Complexo Pequeno Príncipe, junto com as Faculdades Pequeno Príncipe e o Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe, a instituição foi reconhecida em 2025 entre os 70 melhores hospitais do mundo pela revista Newsweek e recebeu a distinção de Hospital de Excelência pelo Ministério da Saúde.

Créditos de foto: Nenhum incluído.

Fonte: G1 Paraná

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