Na efervescente cena noturna curitibana, há um ícone que permanece como testemunha e protagonista das mais diversas histórias: o Restaurante Dançante Gato Preto. No último dia 10 de maio, este templo da boemia abriu suas portas para receber uma invasão muito especial, uma celebração da cultura underground da cidade, no evento intitulado “Uma Noite no Gato Preto“.
O Gato Preto, localizado na “Boca do Lixo”, mantém viva a tradição da baixa boêmia há mais de quatro décadas. Sua atmosfera inebriante, iluminada por tons opacos e amarelados, transporta os frequentadores para um verdadeiro filme noir. E que filme seria completo sem uma trilha sonora marcante? Das caixas de som ecoavam os maiores sucessos do brega, sertanejo raiz e lambada, enquanto nas mesas fartas bandejas de costela de Curitiba e região aguardavam os famintos notívagos.
Mas “Uma Noite no Gato Preto” não se tratava apenas de comida e música. Era uma celebração da diversidade, onde as classes se misturam e todos são igualmente bem-vindos. Era um convite para os vagantes e solitários da noite curitibana, para os artistas e os amantes da cultura underground, para compartilhar um espaço que transcende as barreiras sociais.
O evento contou com uma programação musical que capturou a essência da cena underground de Curitiba. Abrindo os trabalhos, o mestre das pickups, DJ Herb Joe, proporcionou uma viagem sonora que explorou desde o punk até o reggae, mostrando sua expertise na curadoria musical.
Em seguida, o palco foi tomado pelo lendário Chucrobillyman, uma verdadeira one man band tropical que trouxe seu autêntico Trash Blues e Rock Tosqueira. Com figurinos peculiares e uma presença de palco cativante, Chucrobillyman fez jus à sua alcunha de “lendário”, conquistando fãs por onde passa.
Mas o ápice da noite foi alcançado com a explosão sonora da banda Cigarras, cujo rock altamente ácido incendiou os corações dos presentes. Formada por Babi Age, Maria Paraguaya, Rubia Oliveira e Tais D’Albuquerque, as Cigarras trituraram gêneros como punk, mod e garage, envolvendo o público em uma experiência visceral e inesquecível.
No entanto, a surpresa da noite veio durante o show das Cigarras, quando as talentosas músicas chamaram os garçons para o palco, desencadeando um striptease icônico que ficará marcado na memória de todos os presentes como um momento de irreverência e espontaneidade.
Além da música, o evento também proporcionou uma experiência única de exposição de marcas que refletem a essência da cultura underground, como Cerâmica Ordinária, Slob Skateboards, Gota Studio e Cadeira Brava, além do movimento cultural TheFilmerd, que trouxe seus vídeos, zines e artes.
Em suma, “Uma Noite no Gato Preto” foi mais do que um evento, foi uma celebração da história e da cultura da vida noturna de Curitiba, um encontro de mentes criativas e espíritos livres, em um lugar onde todos são bem-vindos, histórias são escritas, tradições são celebradas e a diversão nunca tem hora para acabar.
Por Andressa Placeres / Alan Ferreira / Partiu Rolê Cwb
Fotos Alan Ferreira / Partiu Rolê Cwb