No Brasil, um movimento revolucionário de gastronomia periférica e popular vem ganhando força a cada dia. Chefes periféricos apareceram na mídia, em programas renomados de culinária, entre diversos outros espaços, que há poucos anos eram exclusivos da elite.
A gastronomia popular vem tomando forma e dominando o cenário gastronômico brasileiro, isso é maravilhoso e extremamente necessário.
Chefes da gastronomia popular aprimoram técnicas e se esforçam ao máximo para popularizar a gastronomia.
Essa vertente da gastronomia mescla comunicação popular, valorização de hortas comunitárias e as Pancs (Plantas Alimentícias Não Convencionais), reaproveitamento de alimentos, receitas acessíveis, alimentos típicos e regionais, com técnicas sofisticadas de alta gastronomia.
O veganismo popular também fala de comunicação mais acessível, hortas comunitárias, alimentação saudável e em abundância para o povo, reaproveitamento e receitas acessíveis.
Porém, há uma grande diferença da gastronomia periférica e do veganismo popular periférico: no segundo, falamos da importância da alimentação, mas não cozinhamos absolutamente nada de origem animal e temos os direitos animais como pauta.
Já a gastronomia periférica, de modo geral, não tem essa proposta e tudo pode ser utilizado.
O veganismo popular periférico tem como princípio central combater o descaso e a crueldade com os animais não humanos e colocar um fim nessa relação problemática (homem/animais), de forma popular e jamais negligenciando questões humanas.
A gastronomia é uma arte, e o veganismo um ativismo
Para tanto, dependendo do ambiente onde um chefe irá apresentar um determinado prato, principalmente se for para veganos, não deve ser consumido nenhum produto que explorou animais em algum processo de produção e deve-se evitar ao máximo qualquer atividade que trata outras espécies como se fossem coisas.
A alimentação é, de fato, a parte mais importante na luta contra a exploração animal, no entanto, ela é uma parte, apesar de expressiva, não é o todo.
Nenhuma indústria no mundo explora e mata mais animais do que a indústria de alimentos, são cerca de 75 bilhões de animais mortos por ano para consumo humano (sem considerar os animais marinhos, que passam dos trilhões). Justamente por isso, no veganismo, fala-se tanto de alimentação.
A gastronomia periférica é muito importante e um fenômeno que só tende a crescer. Esse texto não tem o propósito de antagonizar os movimentos e muito menos julgar o certo ou o errado, mas sim de colocar cada um no seu lugar e facilitar a compreensão de quem está olhando de fora.
Pega a visão:
A gastronomia periférica merece todo o holofote, merece toda a atenção, porque o que eles fazem é simplesmente revolucionário.
Se um dia essa gastronomia for sem nada de origem animal, será a combinação perfeita.